CORAÇÃO PURO



Deus abençoe!

30 de mar. de 2010

O Brincar e a realidade infantil

O Brincar e a realidade infantil

Em nossa prática com crianças, podemos perceber que o significado do brincar no universo infantil engloba muito mais do que simplesmente uma atividade cognitiva. Ele envolve a criança por inteiro, pois qualquer que seja o lugar em que a brincadeira aconteça, a criança não brinca por metade, por dimensões separadas, não brinca só com o corpo, ou só com a mente. Nos seus brinquedos as crianças experimentam, relacionam-se, descobrem, imaginam, e, sobretudo, desenvolvem capacidades corporais, cognitivas e sócio-afetivas.
Se pensarmos num contexto social, o papel dos pais consiste em prover bens, sustento dos filhos, educação informal e preparo. A estrutura familiar representa ainda função de proteção e construção da identidade e individualidade da criança. Em sua vida, a família deverá participar em todos os momentos, colaborando para seu desenvolvimento, estimulando o aprendizado e fornecendo suporte.
Neste caso, o brincar pode ser utilizado para promover o desenvolvimento de habilidades infantis em diversas áreas, como também, para alcançar uma participação mais ativa da criança em atividades lúdicas, livres e espontâneas, além de transmitir valores culturais de diversas naturezas.
A criança trata os brinquedos conforme os receberam. Ela sente quando está recebendo por razões subjetivas do adulto, que muitas vezes, compra o brinquedo que gostaria de ter tido, ou que lhe dá status, ou ainda para comprar afeto e outras vezes para servir como recurso para livrar-se da criança por um bom espaço de tempo. É indispensável que a criança sinta-se atraída pelo brinquedo e cabe-nos mostrar a ela as possibilidades de exploração que ele oferece, permitindo tempo para observar e motivar-se.
O brincar possui um caráter exploratório, caracterizando-se como uma ferramenta para que a criança conheça e compreenda o mundo que a cerca, internalizando experiências e assimilando novos conceitos.

Esquecer-se do brincar é também esquecer de viver com qualidade de vida, e, ao oferecermos às crianças a possibilidade de brincar, oferecemos muito mais do que o ato em si mesmo, visível aos olhos, estendemos uma perspectiva de vida melhor, um desenvolvimento mais natural e eficiente, uma socialização decorrente de tão somente brincar, e ainda mais, a possibilidade de se reconhecer como ser, na terapia constante do expressar e concretizar criativamente os recursos internos de que dispomos.
É a brincadeira que é universal e que é própria da saúde: o brincar facilita o crescimento e, portanto, a saúde; o brincar conduz aos relacionamentos grupais; o brincar é uma forma de comunicação, consigo mesmo e com os outros.
Será que realmente na prática o brincar colabora na formação da criança?
É no brincar, e somente no brincar, que o indivíduo, criança e adulto, pode ser criativo e utilizar sua personalidade integral: e é somente sendo criativo que o indivíduo descobre o eu (self).
“Vamos brincar?” Quantas vezes você, pai e mãe, já ouviram isso?
Brincar junto reforça os laços afetivos. É uma manifestação do nosso amor à criança. Todas as crianças gostam de brincar com os pais, com a professora, com os avós ou com os irmãos. A participação do adulto na brincadeira da criança eleva o nível de interesse, enriquece e contribui para o esclarecimento de dúvidas durante o jogo. Ao mesmo tempo, a criança sente-se prestigiada e desafiada, descobrindo e vivendo experiências que tornam o brinquedo o recurso mais estimulante e mais rico em aprendizado.
Então, será que vale a pena tirar um tempo de qualidade para brincar com seu filho?
Andréa L. Widomski
Psicóloga clínica

PAIS: Reflitam sobre o texto e surpreenda seu filho convidando-o para brincar.

FILHOS: Façam um desenho da brincadeira que você brincou com seus pais.

Nenhum comentário: